Objetivos alcançados e resultados inesperados

Objetivos alcançados e resultados inesperados

O questionário que serve de base ao Estudo Knowman de Gestão de Conhecimento pergunta sobre os 5 principais objetivos que a organização definiu para a sua aposta na gestão de conhecimento e sobre os 5 principais resultados que tem obtido.

Usando as respostas obtidas na edição de 2022, analisámos, organização a organização, a relação entre as respostas a estas duas questões:

  • Quais os principais objetivos da organização com a aposta na Gestão de Conhecimento?
  • Quais os principais resultados que a organização tem obtido graças às atividades e ferramentas de Gestão de Conhecimento?

Procurámos identificar:

  • objetivos alcançados – aqueles que uma mesma organização assinala como objetivo definido e resultado alcançado;
  • resultados inesperados – aqueles que uma mesma organização assinala como resultado alcançado sem que o tivesse assinalado como objetivo definido.

Com base nessa análise criámos o gráfico seguinte que, para cada possível benefício, apresenta a percentagem de organizações para as quais ele é considerado um objetivo alcançado e a percentagem de organizações para as quais ele está a ser um resultado inesperado.

Gráfico da relação entre objetivos alcançados e resultados inesperados nas organizações em Portugal (2022)

No gráfico, os valores indicam:

  • objetivo alcançado: percentagem de organizações que definiram este objetivo para a GC e dizem estar a ter esse resultado positivo graças à GC;
  • resultado inesperado: percentagem das organizações que, graças à GC, está a alcançar este resultado mas que não o definiu como um objetivo para a GC.

 

Do gráfico, destacamos o seguinte:

  • das organizações que reportam uma redução de custos graças à GC, 75% (6) não o tinha como objetivo definido;
  • das organizações que reportam aumento da satisfação de stakeholders e alinhamento com as tendências de gestão praticadas pelas organizações de ponta, 71% (5) não tinham esses ganhos na sua lista de objetivos principais;
  • retenção de conhecimento crítico (de colaboradores que saem, por exemplo), maior e melhor aproveitamento do conhecimento existente, e otimização de processos são os objetivos que conseguem ser alcançados pela maior parte das organizações – isto é, o número de organizações que identificou esses objetivos e dizem tê-lo alcançado é maior do que o número de organizações que os definiu e ainda não alcançou);
  • redução de custos e aumento da satisfação de stakeholders são os objetivos definidos que se revelam mais difíceis de alcançar – isto é, há uma grande discrepância entre o número de organizações que, tendo definido estes benefícios, diz não os ter ainda alcançado.

 

Este último ponto parece entrar em contradição com os dois primeiros mas, na verdade, não é o caso.

Poderia dar-se a situação de que quando uma organização aposta na GC com o objetivo de reduzir custos ou aumentar a satisfação dos stakeholders, ter mais dificuldade de conseguir esse tipo de resultados do que quando aposta na GC por outros motivos. Isto pode acontecer, por exemplo, porque, querendo reduzir custos, a organização sente que não faz sentido “ter custos” com a GC. E GC sem algum investimento de recursos fica muito mais complicada.

Contudo, há uma outra possível razão: timing. Talvez (e dizemos talvez porque não fizemos essa análise) as organizações que procuram reduzir custos e aumentar a satisfação dos stakeholders através da GC ainda não tenham tido tempo para alcançar esses objetivos. O que não quer dizer, que não estejam a dar os passos certos, na direção certa para o conseguir.

By |2022-07-14T13:41:11+00:0014 Julho 2022|Categories: 2022, Comentário, Gráfico|Tags: , , |

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